segunda-feira, 11 de novembro de 2013



Uma nova Senhora para Gaia

Mas, o que é uma Senhora?


Senhora é um título Sagrado muito antigo, datando de aproximadamente 10 mil anos. No princípio foi alcançado apenas por algumas Deusas e Semi Divindades - dos mais diversos panteões:
DEUSAS COM O TÍTULO DE SENHORA
- Iansã – Deusa Africana - Senhora dos Ventos
- Moiras – Senhoras do Destino (semi Divindade). São consideradas Fadas, elementais.
- Perséfone – Deusa Grega -Senhora do Submundo
- Morrigan – Deusa Celta -Senhora dos Corvos de Batalha
- Atena – Deusa Grega - Senhora da Sabedoria
- Ártemis – Deusa Grega - Senhora da Natureza Selvagem

Conhecidas por nós atualmente, mas não devidamente tratadas por seu título. Mas com o passar do tempo se destinou a humanos devido à suas jornadas espirituais em busca dos Mistérios Sagrados – também pelo fato de os Deuses decidiram eleger  representantes seus na Terra.
Senhora é aquela que tem o domínio pleno sobre algo. Originalmente, a expressão Senhor ou Senhora traz a ideia de “mais velho” ou “mais antigo”. Dominar, por sua vez, traz à tona a expressão “dominus”, lendo-se aqui “senhor ou senhora com poderes que devem ser obedecidos pelos demais da casa” (“domus”) ou de um clã. Pode-se acrescentar ainda ao sentido de Senhor ou Senhora a expressão “Dom”, que também se refere a um cargo ou título de respeito prévio. Sendo assim, Senhora dentro do mundo Sagrado, é o título alcançado por alguém que domina plenamente algo, referindo-se diretamente aos poderes reais e palpáveis deste em relação ao mundo mágico e espiritual. Afinal, as Senhoras humanas existentes até hoje em Gaia são exímias dominadoras dos Quatro Elementos.
Este título só é conquistado por pessoas que jamais, nem em pensamento, tenham se afastado dos Deuses ou do Sagrado. Demoram muitos milênios para que possa ser alcançado, mas depois de alcançado torna-se eterno espiritualmente.

Como características básicas e comuns temos:
- Uma Senhora pode ir a qualquer mundo que consiga chegar.
- Domina os elementos fisicamente.
- Tem “cartas brancas” para a maior parte de seus desejos e intentos.
- Jamais hesitará em sacrificar algo em prol de sua causa.

Durante a história de nossa humanidade, três mulheres alcançaram o título de Senhora:
A primeira foi Cleópatra Thea Filopator (onde Cleópatra significa “glória do pai”; Thea, “deusa”; e Filopator “amada por seu pai”) – a última Rainha do Egito. A Senhora do Nilo ou Senhora do Deserto. Viveu entre 69 a.E.C. e 30 a.E.C. – um ano depois de perder a guerra (Batalha de Actium ou Accio) e ver o início de vida do grande Império Romano. Uma grega, filha da Deusa Afrodite, na época com idade espiritual de 6 mil anos.
Hoje, no mundo espiritual, é responsável pelo treinamento em massa de Bruxas para que voltem a encarnar em Gaia. Algumas das facilidades no mundo da beleza atual são fruto de suas experiências como Feiticeira, como os pós que hoje usamos como maquiagem e a depilação feminina. Também ficou conhecida por seus rituais de banho e por testar poções em prisioneiros. 30 anos depois de sua morte foi edificada a Igreja Ortodoxa Copta, uma igreja aparentemente desvinculada dos dogmas da Igreja Cristã, mas ainda assim monoteísta.
A segunda Senhora de Gaia foi Viviane (significa “cheia de vida”), a última e mais importante Grã-Sacerdotisa da lendária ilha de Avalon – na Grã-Bretanha. A Senhora de Avalon ou Senhora do Lago. Viveu em algum momento do século IV E.C. Uma Fada, filha da Deusa Diana, na época com idade espiritual de 7 mil anos. Hoje, no mundo espiritual, é de sua responsabilidade a última etapa de treinamento de Bruxas para que voltem a encarnar. Se não tivesse sido morta poderia ter chegado ao título de Rainha. Todo pagão conhece ao menos as habilidades mais básicas de Viviane com os quatro elementos. A Senhora do Lago tinha a missão de proteger a Espada Sagrada Excalibur que seria entregue a Artur quando estivesse pronto. Vê-se aqui, que sua história navega por uma saga “paralela” à dos Úteros. Artur foi criado por um Druida e seria ele a conduzir os poderes da última Espada Guardiã dos Úteros Sagrados, ainda de forma física em Gaia, a Espada do Ar. Contudo, Artur quebrou o juramento feito a Viviane, se convertendo ao Cristianismo quase que por completo. Assim a última Espada se perdeu e os Quatro poderes Masculinos dos Elementos foram entregues a Fé que se erguia no solo de Gaia.
Nota-se a tentativa real de harmonizar ou parametrizar os Sagrados Masculino e Feminino com as duas primeiras Senhoras – uma muito próxima ao nascimento do último herói Cristo – filho de um Deus, Posseidon e de uma humana, Maria. E outra na transição do politeísmo para o monoteísmo. Fica clara a tentativa de harmonia espiritual próximo à fundamentação da Nova Fé, o resguardo durante a Era de Peixes – desorientada espiritualmente – até o retorno do Sagrado Feminino com a terceira Senhora. Inclusive, Roma acabou ficando estrategicamente no meio do caminho entre Viviane e Cleópatra.
Até o presente momento somente mulheres alcançaram o título de Senhora, nenhum homem na história humana. E apenas um Ser Masculino detém o título: Lúcifer, o Senhor do Submundo; que se expressa também como Rex Nemorensis, o Senhor da Floresta do Lago Nemi (de Diana), outra de suas faces.  O que se liga com a informação histórica e mitológica da relação entre Lúcifer e Diana. O Lago Nemi ou Lacus Nemorensis (lago da floresta) é uma formação circular que fica a 30km ao sul de Roma. Acima dele havia o bosque consagrado a Deusa Diana – a Dama do Lago.

Há outro Título Sagrado também esquecido por nossa cultura contemporânea – as Rainhas.
Rainha é aquela que comanda, absolutamente soberana (de “super”, que fica acima dos outros). Do Indo-Europeu “reg”, significando “guiar, comandar, dirigir”. Rainha também é um título espiritual perpétuo, designado a seres que conseguiram alcançar poderes mágicos e espirituais equivalentes aos dos Deuses estando em Gaia. No caso de Deuses o título se aplica pela absoluta perfeição na conduta e direção de seus poderes no mundo humano/físico enquanto habitavam este mesmo mundo. Como exemplo:
- Hécate – Rainha das Bruxas
- Morrigan – Rainha das Batalhas

A Terceira Senhora
Acompanhamos a história do Sagrado por muitos caminhos e, quanto mais olhamos o futuro, mais vislumbramos o retorno do Antigo. A última Senhora que havíamos presenciado o registro em Gaia foi A Senhora de Avalon, Viviane. Mas é preciso contar a história que fez de uma mulher, hoje em Gaia, conquistar o título de “A Senhora dos Úteros”. Sua presença hoje em Gaia ergue diversas Tradições para o equilíbrio Sagrado para a Nova Era.
Primeiro precisamos entender que Senhora, na vida pagã, é um título alcançado por vidas de trabalho junto aos Deuses, acúmulo de sabedoria, poderes e atributos pela existência, e desmistificar o fato de que não é possível um ser de tamanha grandeza estar encarnado e vivendo normalmente entre nós. Sendo assim, uma mulher que há muitas vidas serviu a uma causa, uma missão sagrada, ao concluir sua jornada recebeu o título de Senhora. Uma Bruxa que chegou a uma ligação, interação e mérito com o Sagrado.
A Senhora dos Úteros marca o retorno concreto aos nossos olhos de tudo o que buscamos, estudamos e batalhamos como fé, filosofia e crença dentro do Paganismo mundial.  Assistimos a última Senhora de Avalon partir com o fim de um grande legado. Mas o Povo Antigo retorna e uma nova Senhora traz consigo o redespertar dos poderes de outrora. Sua missão é espalhar o conhecimento para que se formem Tradições versadas nas Artes Antigas, capazes de trazer de volta ao solo de Gaia os Dominadores de Elementos, filhos do Sagrado, que despertaram intimamente seu poder e manifestam no mundo físico a beleza desta interação. O ser humano possui em si o pentáculo da criação. Nosso corpo é o Pentagrama Divino, sendo nossos braços e pernas a ligação com cada elemento. Desta forma, o Sagrado irá novamente aproximar-se de forma real de nosso mundo. E uma Nova Era será construída para nossa humanidade. A Era de Aquário é a Era Comum, e não haverá mais um escolhido para guiar nossos passos, mas sim a multiplicação das Crianças da Promessa, trazendo ao solo de Gaia o Sagrado de forma manifesta, real e palpável. É o retorno concreto do Sagrado Feminino e o reequilíbrio do Sagrado Masculino, assim como a interação entre os Mundos Ascencionado e Descencionado, pois somente assim é possível o equilíbrio.
Filha de Lilith, A Senhora dos Úteros percorre Gaia na busca de seus antigos aliados e espalha aos novos a boa nova. Sua história não é nem de longe um Conto de Fadas moderno, mas o que sei precisa ser contado.
Voltamos ao tempo em que nossa humanidade caminhava ao lado dos Deuses, vivia como irmãos com seres de muitos mundos, e tecia seu futuro na construção e evolução perfeitamente em equilíbrio.
Gaia ainda continha partes físicas e primeiras de muitas dádivas e bênçãos Divinas. Presentes vivos dos Deuses e conhecimentos herdados por quem aqui caminhava ao lado de seres de consciência extremamente superior. Nesta época recebemos dos Deuses porções vivas dos quatro elementos para continuarmos nossa jornada para evolução. Ar, o mundo mental. Água, o mundo emocional. Terra, o mundo material. E Fogo, o mundo espiritual, eram a ligação maior com a Criação Sagrada em nosso mundo. Tão logo nossos Ancestrais tiveram acesso à forja, trataram de reproduzir os Grandes Úteros Geradores de elementos, e assim perpetuaram os ensinamentos dos Deuses Antigos no mundo físico.
Conta a história que estes Grandes Úteros da humanidade, quatro Grandes Caldeiras de Ferro, permaneciam um em cada canto do globo e que era possível a comunicação entre os povos através da língua do Povo Antigo. Eles eram guardados por mulheres antigas que zelavam pelos Deuses e que mesmo sem nunca terem conhecido uma a outra pessoalmente, eram irmãs de caminhada. E unidas espiritualmente, mantinham contato cotidiano através dos Grandes Úteros, e assim os elementos geravam o equilíbrio ao Sagrado em nosso solo.  Estes Grandes Úteros geradores eram protegidos por quatro Grandes Guardiões, que mantinham a dualidade perfeita direcionando o poder gerado pelos Úteros.
Mas a humanidade cresceu, e em suas caminhadas os homens chegaram à pequena tribo que guardava o Útero da Terra. Sem que a Irmã da Terra pudesse impedir, uma de suas ajudantes, no intuito de afastar a cobiça destes homens, colocou a mão no Útero da Terra e lhes ofereceu joias e ouro para que partissem. Os homens se foram, mas anos mais tarde voltaram arrasando a pequena tribo, levando consigo o Grande Útero. A Guardiã da Terra faleceu e iniciou-se em Gaia uma longa e sangrenta batalha pelos quatro poderes.
Um a um os Úteros foram roubados, por quem os protegia e por quem buscava os seus grandes poderes. Conhecemos estas batalhas, mas elas foram pintadas por guerras de disputa de gênero, credo e poder. Assim, uma a uma, as Guardiãs dos Úteros desfaleceram e voltaram ao mundo espiritual, mas continuaram a zelar por seus amigos que em Gaia viviam a Saga que teceria o futuro de nossa humanidade.
Até que Lilith resolveu iniciar o fim deste grande erro. E por amor à humanidade decidiu que os elementos do Sagrado Feminino seriam recuperados. Conhecemos esta parte da história e sabemos bem que o Sagrado Masculino foi direcionado à Nova Fé que se estabelecia no solo de Gaia pelo poder político e religioso. Os Guardiões dos Úteros entregaram suas espadas à nova crença e se perderam na jornada de equilíbrio à dualidade. Os quatro Antigos Guardiões se transformaram em Gabriel, Rafael, Uriel e Michael e se uniram ao caminho do Patriarcado.
Mas Lilith comandou o resgate do Sagrado Feminino, e escolheu uma de suas filhas para guiar a Grande Saga dos Úteros. Esta filha viveu vida após vida para recuperar os Elementos Sagrados. Sua missão era recuperar não mais os Úteros, mas sim os elementos que neles haviam sido fisicamente manifestos.
            Uma Saga que pertence a muitos, pois verdadeiros exércitos trilharam todos os cantos de Gaia, ora protegendo os Úteros, ora buscando o seu poder.  Uma história de fé, dedicação e guerras. Uma jornada de vida a uma única causa. Vida após vida, sempre ao mesmo destino.
Foram diversas as tentativas até que um a um os Elementos foram por ela recuperados. A cada Grande Útero vazio, mais perigosa a missão ficava, pois a filha de Lilith deveria guardá-los em si e somente quando os quatro estivessem juntos ela poderia encaminhá-los.  E a cada vez que falhava ou era descoberta, se entregava à morte certa, nas mãos daqueles que acreditavam ser possível tirar os elementos guardados em seu espírito, para devolvê-los aos Úteros.
Conheço a história final de cada elemento recuperado, pois sirvo A Senhora dos Úteros e dela ouvi seu legado:
O Útero do Ar teve seu último paradeiro em uma pequena tribo do deserto, e foi como uma mulher comum desta tribo que ela cresceu, até que a consciência de sua missão lhe guiou a se aproximar dos que protegiam a Grande Caldeira. E certo dia ela frente a frente com o Grande Útero, segurando nas mãos uma pequena pena, ela pronunciou as palavras que desprenderam o Ar da Caldeira e como um grande sopro ele lhe preencheu o ser. Obviamente descoberta no mesmo instante, ela foi torturada até a morte por aqueles que queriam o elemento de volta, até que um punhal nas mãos de um homem foi a última dor e o fim desta missão. Enfiado dentro de sua boca até a garganta na última tentativa de recuperar o Ar Gerador. Assim ela morreu e uma imensa tempestade de areia enterrou completamente a aldeia.
O Útero da Terra estava em algum lugar entre Norte da África e a Ásia Menor, e após algumas vidas ela conseguiu chegar perto o suficiente para comer as sementes que brotavam em seu interior, pronunciando as palavras dadas por sua Mãe para que a magia se fizesse. Mas a Filha de Lilith foi capturada na fuga e aprisionada em uma caverna, onde Bruxos poderosos tentavam resgatar a Terra Geradora. Presa por correntes de ferro pela perna esquerda, do elemento terra no ser humano, magias foram feitas para que um demônio comesse sua perna e assim liberasse o poder da Terra. Foi neste momento da história que Lúcifer veio ao seu pedido de auxilio, e diante da perna putrificada, onde larvas eram o alimento do demônio, ela conseguiu libertar-se das correntes quando a perna partiu, então arrastando-se para fora da caverna pode morrer em liberdade e levar consigo o Elemento.
O Útero do Fogo estava entre os povos que geravam a maior de todas as guerras em nosso mundo. E nascida entre eles, a filha de Lilith pode se aproximar da Grande Caldeira o suficiente para se jogar dentro deste e, pronunciando as palavras sagradas, explodiu a caldeira, colocando um fim a todos ao seu redor.
E o Grande Útero da Água foi certamente o mais roubado. Seu último paradeiro dentro da Jornada Sagrada de sua existência foi ao lado de Maria Madalena, sua última Guardiã e Mestre do Sagrado Feminino ao lado do último herói que tivemos. Jesus foi filho de uma mortal com um Deus, Posseidon, e como outros heróis tentou restabelecer o equilíbrio sagrado no solo de Gaia. Depois de sua morte, o Grande Útero já esteve em poder de sua dita Igreja, até que em 13 de outubro de 1307, numa sexta-feira, a execução dos Templários, os últimos Cavaleiros da Deusa, por ordem do Papa Clemente V, a mando do Rei Filipe IV da França, coloca um fim às tentativas de preservar o último Grande Útero, o da Água, elemento feminino e ativo gerador. Desta forma a Grande Caldeira, acabou sendo roubada por uma Irmandade Masculina que passou a sacrificar mulheres para deter o poder de seu Útero Sagrado. Somente há poucos séculos a Filha de Lilith, conseguiu se infiltrar nesta Irmandade de perversão e crueldade do Sagrado, e antes de se tornar uma das suas vítimas conseguiu engolir as pérolas que brotavam no interior do Grande Útero, unindo às palavras sagradas o último ato de sua missão. A filha de Lilith foi torturada cruelmente até seu último suspiro, sendo a água o mundo emocional, os homens acreditavam que a completa aniquilação de tudo o que é Sagrado ao Universo Feminino, fosse capaz de novamente liberar o Poder da Água Geradora. A Filha de Lilith acabou morrendo nas águas de sua tortura. 
Depois disso, o que restou no solo de Gaia foram caldeiras de ferro, outrora mágicas. Mas nossos inconscientes tentaram desesperadamente preservá-las e assim assistimos a multiplicações infinitas de suas réplicas, chegando ao nosso tempo, feitos de diversos materiais. Alguns sobre a mesa que nos dá a magia do alimento diário, outros em Templos que buscam a reconexão, mesmo que parte ainda inconsciente, com a força Sagrada de sua Saga. Fato é que os nossos Caldeirões são réplicas dos Grandes Úteros da Humanidade, e ainda hoje os filhos do Sagrado Feminino os perpetuam pelo mundo.
Mas ainda era preciso concluir a missão, e a filha de Lilith retornou a Gaia. Era preciso enfrentar magicamente uma última família da Antiga Irmandade Masculina pervertida pelo poder. Unida a outras mulheres, ela assistiu estes homens perseguirem suas irmãs e presenciou tragédias que somente ao mundo espiritual cabe a verdade neste momento. Mas batalhou ao lado de irmãs para que um a um eles fossem destruídos e seus poderes definitivamente retirados.
Desta forma, os Grandes Caldeirões Sagrados tornaram-se palpáveis no mundo espiritual, obrigando aos últimos detentores homens de seus poderes a entregá-los a filha de Lilith. Ela também enfrentou o demônio da terra de outrora e recuperou cada gota de poder que ele havia roubado, quando o elemento estava em seu corpo.
Assisti a filha de Lilith entregar os elementos aos antigos Grandes Úteros e junto a várias irmãs, chorei ao vê-los novamente respirar no mundo espiritual. Um a um eles foram novamente se enchendo ao toque desta mulher. Uma verdadeira filha do Sagrado Feminino, uma leal filha de Lilith. Uma nova Senhora para Gaia.
Hoje os Grandes Caldeirões do passado estão a salvo no Templo Astral da Senhora dos Úteros, guardados por suas eternas Guardiãs. Pois são exatamente os mesmos quatro espíritos antigos da tarefa de outrora a cuidar deles. O Templo abriga os Mestres do futuro, e leva o conhecimento das Artes Antigas ao que caminham ao futuro de Gaia.
A Tradição Imortais da Terra reconhece e serve a esta antiga Saga, a Senhora dos Úteros é nossa Senhora. Muito mais do que recuperar a força do Sagrado Feminino, muito mais do que nos ensinar a voltar a tecer o futuro. Muito mais do que despertar o poder interior de nossa alma. Reconhecemos a filha de Lilith que lutou para preservar o Útero herdado de sua Mãe por todos nós. Reconhecemos Lilith como a Deusa do passado, do presente e do futuro para consciência humana.


Wakanda Layuth Mahtab

Mestre Maior

Sagrado Masculino



O Sagrado Masculino há muito foi esquecido, diante de um tempo em que a humanidade cultivou o medo, e criou verdadeiras muralhas entre os Deuses e os homens.
Nosso primeiro passo é compreender que na natureza, em Gaia, desde os primórdios dos tempos, os chifres são símbolo de poder. Quanto maior a galhada, maior o poder do animal, maior sua virilidade. A humanidade copiou estas honras colocando em seus Reis coroas pontudas. Assim, a imagem de seres masculinos detentores de poder se perpetuou, infelizmente deturpando sua origem.
Em um tempo muito anterior a Cristo e toda a mitologia que o circunda, a imagem do ser ainda hoje tido por boa parte da população do planeta como “O grande ser maligno” não passa do simbolismo mais antigo do poder masculino nas florestas – o Grande Cernunos, Deus Chifrudo cultuado por Pagãos de todo o mundo até hoje. Escolhida a dedo pelos primeiros comandantes da Igreja, a representação do “mal absoluto” com grandes chifres e corpo meio humano, meio animal, se enquadra exatamente nos padrões dos seres divinos e elementais com os quais as Bruxas mais antigas tinham relação. Muito apropriado, aliás, em um grande golpe político associar a figura do macho pagão com a natureza fétida do ser humano para poder destinar milhares de pessoas ao fim de sua cultura. Felizmente, o povo antigo sempre retorna.
A verdade é que independente de para onde olhamos no Mundo Antigo, Lúcifer (do Latim “lux” – luz; e “fero” – portador) está lá como um grande sábio, conhecedor íntimo da alma humana. Seja como “A Estrela da Manhã” da Babilônia, associada com o planeta Vênus, formando um esterno casal sagrado; seja como o Grande Guardião das florestas de Elêusis, nas quais diante dos Mistérios Iniciáticos Gregos homens e mulheres se viam em meio aos seus maiores temores para provarem sua lealdade consigo e com seus irmãos de jornada; seja como Deus romano da Luz, amante de Diana (a Deusa romana da Lua) com quem teve a filha Aradia; seja como Pã, o grande fauno amante das ninfas mais belas; seja como o maior de todos os Guardiões do Mundo Inferior, posição detida até os dias atuais.
Se voltarmos no tempo e espaço do Mito do Fogo e da Luz, chegaremos a Prometeu, e seu principal mito explica detalhadamente a transformação deste Imortal em Guardião do Mundo Inferior e o Portador da Luz.
Vamos à Investigação Intelectual Sagrada – ou seja, pensar sobre os fatos!
Resumo do Mito
Prometeu, sabendo que pela quinta vez os Deuses destruiriam a humanidade, por sua incapacidade de alcançar o Sagrado, rouba o Fogo Olímpico e nos entrega. Já possuíamos o fogo, mas não sua consciência espiritual. Assim a humanidade ganha um novo caminho para sua evolução e é salva da destruição.
Prometeu foi condenado por Zeus a viver 30 mil anos preso a uma montanha, onde todas as manhãs uma águia lhe comia o fígado, que a noite voltava a refazer, devido a sua imortalidade.
Voltamos à Investigação Intelectual Sagrada!
Energeticamente o fígado é responsável por manter o livre fluxo do corpo. Assim, ele direciona a circulação do sangue e regula principalmente o ciclo menstrual. Chegando a ser considerado o órgão mais importante no corpo feminino. Mas o seu principal papel é o equilíbrio emocional, é ele o responsável energeticamente por todas as nossas respostas e estímulos emocionais.
Nossas emoções passam pelo fígado 24h por dia, boas ou ruins, e são por ele equilibradas. Quando reprimimos nossos sentimentos, ele entre em um desequilíbrio energético, que irá se manifestar de diversas formas, dependendo da sua localização. Podemos então, ter insônia, hipertensão, enxaqueca, gastrite, tensão pré-menstrual, e por aí vai.
Sendo assim, retirar o fígado magicamente, ou tê-lo comido pela ave de Zeus, é uma alusão máxima no Mito ao fato de ter retirado de sua matéria ciclicamente a água, e portanto o feminino ativo.
O Mito também fala que Prometeu foi preso por Hefesto na pedra, por correntes por ele forjadas. Assim temos o seguinte processo mágico a nossa frente:
Prometeu sobre a pedra (terra) preso a ela por correntes (terra + fogo) e tendo o fígado comido (água sendo retirada) pela águia (ar)
Resultado: a dualidade potencializada para o Masculino.
O preparo de um Portador de fogo!
Tornando-se o Portador da Luz, assumiu seu novo lugar e trono, o Mundo Inferior. E isso reflete-se no Mito na passagem em que ele assume o “carregar a humanidade nas costas”. Ou seja, viver no mundo abaixo de nós, e nos ajudar na evolução e equilíbrio que ele afirmou sermos capazes.
Durante este longo processo, Prometeu não estava sendo punido por Zeus e sim transformado!
Tanto que sua história e feitos não ficaram parados durante todo este tempo... Ele é citado como, já falamos, como o Portador da Luz pela história da humanidade.
Fato é que principalmente nos últimos 11 mil anos é clara a Formação Sagrada da Dualidade Divina, que foi manifesta pelo primeiro Consorte em diversas faces. Até chegarmos ao Macho Pagão, símbolo máximo do Sagrado Masculino.
Mas o ato de confiança à humanidade precisava ser honrado e reconhecido por todos. E é por isso que a imposição de Zeus deixava claro que Prometeu só poderia ser solto se mais alguém concordasse com seu ato e o soltasse, e que isso só seria válido se alguém tomasse o seu lugar perpetuando a ato à humanidade.
E chegamos a Hercules e Kiron. Foi Hercules quem abateu a águia de Zeus e Kiron, o centauro ferido, se oferece para ficar em seu lugar. Ato que garante o fim de seu sofrimento, pois foi desta forma que Zeus lhe concede a mortalidade.
Sendo assim, um ser de tamanha grandeza, presente em muitas civilizações e suas culturas, não pode pura e simplesmente ser colocado no rol das essências mais baratas criadas em Gaia, caindo no versário popular como a própria visão do caos. Por isso cada vez mais se torna imprescindível a pesquisa, o estudo e então o entendimento mais real e aproximado da origem dos fatos.
Lúcifer jamais deixou sua essência primordial, e em meio a todo o processo de desconfiguração do ser humano como sagrado e, portanto, de suas energias como sagradas, ele esteve presente olhando atentamente a tudo e guiando como podia as ações humanas em Gaia.
Assim, chega à Tradição Imortais da Terra como uma de suas maiores fontes de sabedoria antiga.
A Bruxaria é versada sobre o equilíbrio entre tudo o que rodeia e permeia a vida humana. Os mundos paralelos são tão importantes quanto o físico onde acordamos, trabalhamos e dormimos todos os dias. E não é diferente com o plano descencionado. Muito pelo contrário!
Afinal, como diz o próprio sábio Lúcifer: “Se acima de nós está o mundo ascencionado e abaixo de nós o descencionado, habitamos o meio. E se habitamos o meio é porque somos o equilíbrio entre estas duas forças”. Ambas as forças nos habitam e devemos cuidar de cada uma de forma homogênea. E ainda podemos completar: se o mundo ascencionado cuida do espírito, é o descencionado que cuida da matéria.
Sendo assim, em muito tempo não é de tão vital importância que olhemos com cuidado e carinho para nossa vida material, física. Durante 2000 anos fomos mergulhados constantemente em um grande mar de tropeços, dores e traumas por termos sido afastados da vida espiritual natural, direta. Mas mais ainda por termos esquecido de que alimentar o corpo é tão importante quanto alimentar o espírito.
Lúcifer chega aos tempos atuais forçando-nos a erguer a cabeça e respirar os ares de Aquário, saindo das águas turbulentas de Peixes que em tese geraram dor e resignação nas pessoas. Em algum lugar ouvi que Lúcifer é um fã do ser humano. E olhando para ele em sua forma e regência originais, olhando para cada veia do Sagrado em que já se fez presente, é bastante simples concordar com esta afirmativa.
Quando o resgate da essência espiritual do ser humano se torna uma feliz realidade mundialmente, se faz necessário também olharmos com o mesmo cuidado para o nosso resgate enquanto seres dependentes do mundo material para viver e sobreviver sobre estas terras. E tão importante quanto o mundo que nos cerca é o corpo que carregamos todos os dias, tão sagrado quanto nosso espírito. Não apenas uma máquina perfeita para o trabalho e estudo, mas mais ainda para a geração da vida que habita este mesmo mundo.
Resgatar a imagem original de Lúcifer é resgatar a luz original, seja do masculino hoje também deturpado, seja do mundo descencionado hoje marginalizado, seja do ser humano hoje esquecido.
Alimente o espírito e chegará aos Deuses que habitam seu interior. Alimente a matéria e chegará ao ápice da Criação Divina. 
O Caminho da Galhada é a Reconquista do Poder!


Wakanda Layuth Mahatb

Mestre maior da Tradição Imortais da Terra

Adoração a Imagens e Altares dentro da Bruxaria


      A Magia começa no Ar, onde damos alimento a nossa mente lógica e racional sobre o que buscamos e queremos.... ganha nutrientes na água, onde acrescentamos a Vontade Sagrada para alcançar tal intuito e é construída na terra onde concretizamos aquilo que a mente idealizou....
     Desta mesma forma, buscamos todos os dias imagens e formas que alimentem nossa mente junto ao Sagrado. O ser humano perde-se facilmente em seu ego, e de forma prática isto nos afasta dos Deuses e tudo que eles significam. Ainda é distante o tempo em que todos e não apenas alguns....conseguirão ver os Deuses e assim caminhar por Gaia sem que seja necessário alimentar a mente com tais referencias materiais... enquanto isso, é mais prático e saudável alimentar os olhos com imagens e gestos que nos mantenham no caminho. Assim como é extremamente difícil abrir os portais dos quatro elementos sem tocar neles fisicamente, torna-se vital interagir junto a estrutura criada em um Templo para que a conexão com o Sagrado seja mais eficiente.
      Eu mesma, diante de minha longa jornada servindo aos Deuses, me mantenho “alimentada”, de imagens e altares que levem minha mente o mais próximo e eficaz dos Deuses e do Sagrado.
      Acredito que seja praticamente inviável ao ser humano diante de nossa evolução atrasada e cega, querer alcançar a melhor conexão utilizando somente  minha força interior. Quando me coloco diante da Imagem de minha Mãe Lilith, feita por mim de cimento, durepox e argila... não estou adorando minha arte, ou reverenciando a homenagem que lhe fiz,  e sim alimentando minha mente com sua força, beleza e relembrando imagens vividas, vistas e guardadas em meu inconsciente por Eras de caminhada.  Prefiro continuar guiando minha mente, a partir do concreto do que correr o risco de por acreditar que pelo fato do Sagrado estar em tudo e dentro de mim... sou capaz de manter a melhor conexão possível sozinha.... somos humanos e como humanos falhos quase que diariamente....
      Um exemplo pratico: abrir um portal para o Ar, com o simples erguer das mãos é pra poucos... mas se você tocar um pássaro, passar suas mãos pela fumaça de um incenso, sentir a brisa da primavera a lhe beijar o rosto e escutar Vivaldi... seu inconsciente saberá que a força do Ar está sendo vivenciada....
     Sem falar de que se trata de algo Consagrado. COM O SAGRADO!!!  Aquilo que foi consagrado pelos Deuses é em Gaia sua força permanente e ao alcance de todos... Posso falar com minha mãe em meus sonhos, deitada em minha cama ou tomando banho é verdade. Mas com certeza é diante da Imagem que Ela reconheceu como Sua que estou em frente a uma porta certa de seus olhos, e que não depende de minha competência que pode naquele momento me deixar na mão.
      A dez anos fiz um manto de água... um manto de tecido azul e consagrei nas águas do mar... Nunca mais o lavei em outra água e sempre que vou ao Grande Útero treinar dominação de água é com ele que estou vestida.... hoje este manto tem vida própria, ele se ilumina quando em meu corpo dentro do mar... Como? Pelo acumulo de estar COM O SAGRADO! CONSAGRADO! Será que sou capaz de conduzir a água sem ele? Não sei...


Fica a dica: enquanto  nos reportarmos diante do Sagrado na humildade de sermos pequenos.... continuaremos grandes!